3 de novembro de 2010

8 de outubro de 2010

projeto árvore show - parque do povo - curadoria Jacopo Crivellli Visconti








A exposição “Árvore Show” está aberta a partir do dia 23 de setembro, e vai até o dia 23 de outubro*, e vai agregar 12 obras de arte às ruas de São Paulo.

A galeria a céu aberto vai começar do Paque do Povo ao Parque Ibirapuera, passando pelas Avenidas Juscelino Kubitschek e República do Líbano.

A produção das obras para o evento Árvore Show 2010 tem o conceito da água. A ideia é ressaltar a importância do tema e chamar a atenção do público para a questão da necessidade de conscientização e preservação dos recursos naturais.

O projeto, com a curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, busca aproximar o público da produção de jovens artistas atuantes no Brasil como Bettina Vaz Guimarães, Laura Gorski, Fernando Velázquez e Marcos Gorgatti, além de valorizar o espaço urbano.

O projeto já teve duas edições anteriores, em São Paulo (SP) e Curitiba (PR). Na ocasião, as obras foram instaladas em locais de grande circulação, como o Viaduto Santa Efigênia, Viaduto do Chá e Avenida Paulista, em São Paulo, e Rua XV de Novembro, em Curitiba.

Locais:

Parque do Povo (Avenida Cidade jardim e Rua Henrique Chamma), Avenidas Juscelino Kubitschek e República do Líbano, em São Paulo (SP)

Artistas:

Bettina Vaz Guimarães Carlos Nunes, Christiano Cury, Ding Musa, Erica Ferrari, Felipe Cama, Fernando Velázquez, Gustavo Nóbrega, Hermuth Gripp, Laura Gorski, Marcos Gorgatti e Reginaldo Pereira.

5 de setembro de 2010

ilustrações para a opereta "A noiva do condutor" de NOEL ROSA livro publicado pela Editora Terceiro Nome











A Editora Terceiro Nome lança o livro

A noiva do condutor
de Noel Rosa

Ilustrações: Laura Gorski
Apresentação: Mônica Soutelo


O rádio estava no auge de sua popularidade e Noel Rosa trabalhava em diversas emissoras quando, em 1935, seu parceiro Almirante propôs à Rádio Club do Brasil um programa com o mote “Como se as óperas célebres do mundo houvessem nascido aqui, no Rio...”. Desse projeto surgem as três revistas radiofônicas compostas por Noel: as paródias O ladrão de galinhas e O barbeiro de Niterói, além de A noiva do condutor, a mais elaborada delas e única com tema musical inédito, com partituras compostas em parceria com o maestro húngaro Arnold Glückmann.

Um namoro de portão abre espaço para os versos bem-humorados de Noel, que rapidamente nos familiariza com personagens caricatos, de traços exagerados. A opereta transita entre o subúrbio e as elegantes avenidas do centro do Rio de Janeiro, retratando, no mesmo bonde, um cavalheiro da pomposa elite carioca e uma família suburbana cuja maior preocupação é certificar-se dos dotes do pretendente da jovem Helena. “O amor sem nota não tem mais-valia”, afirma em certo momento o pai da noiva, deixando claro que o tom da opereta quebra a seriedade e o romantismo do enredo e que, sem fugir à regra de Noel, o que fala mais alto é a vontade de zombar dos assuntos cotidianos.

As características principais do texto são a ironia, o humor crítico e a habilidade de embaralhar as palavras para dar um sentido particular às coisas. Exemplo? “Tipo Zero”, um dos sambas mais conhecidos da opereta: “Você é um tipo que não tem tipo / Com todo tipo você se parece / E sendo um tipo que assimila tanto tipo / Passou a ser um tipo que ninguém esquece”. Também vale observar os duplos sentidos e as rimas ricas e saborosas, território no qual o compositor foi um craque. Já na primeira canção, “Tudo pelo teu amor”, ele apresenta a personagem Helena, “linda flor de Cascadura” – sendo este um bairro do subúrbio carioca. Mas, ao ouvir a música, pode-se entender “linda flor de casca dura”. E aí está a visão sobre a mulher que predomina nas letras de Noel: fingida, dissimulada, interesseira. Outros temas recorrentes nos seus grandes sambas, como a mentira, a hipocrisia e o poder do dinheiro, também estão presentes neste musical.

Opereta pode soar um tanto empolado para um sambista como Noel. Mas, a impressão se desfaz quando se sabe, como ensina o Aurélio, tratar-se de “um gênero leve de teatro musicado, derivado de ópera-bufa, sobre assunto cômico e sentimental e no qual as estrofes cantadas alternam com partes faladas”. Noel acrescentou uma pitada tropical ao modismo musical europeu, incluindo sambas nas peças, além de valsas e marchas.
A noiva do condutor permaneceu inédita até 1985 quando, por iniciativa do selo Eldorado, comandado por Aluízio Falcão, ganhou gravação com Marília Pêra interpretando a noiva; Caola, o condutor; Grande Otelo, o pai dela; e Oscar Bolão, o pai dele. A partir daí pequenos grupos teatrais encenaram a peça em palcos pelo Brasil afora, em tímidas iniciativas que não chegaram ao conhecimento de um grande público.

Até hoje, a obra permanece pouco conhecida, e sua publicação não poderia ser mais oportuna: no ano em que Noel completaria um centenário de vida, A noiva do condutor chega às livrarias em edição especial, graciosamente ilustrada por Laura Gorski. Servindo-se de recortes, a artista plástica traz ainda mais humor ao cenário, aos personagens politicamente incorretos, à ironia de diálogos e poesias. A edição vem acompanhada, ainda, por uma apresentação da jornalista e pesquisadora musical Mônica Soutelo, que contextualiza a opereta de forma concisa, possibilitando que o leitor compreenda a importância deste musical entre as criações de Noel.

vistas aéreas






28 de abril de 2010

da série raízes aéreas - site specific Ateliê Fidalga na SP ARTE





Trechos do texto de Mario Gioia sobre os trabalhos do Site Specific Ateliê Fidalga na SP ARTE

(Des)bastar o espaço


Doze artistas empreendem uma invasão poética no Pavilhão da Bienal. As linhas modernistas que saíram da prancheta de Oscar Niemeyer e que continuam sendo locus privilegiado da história da arte, por meio da Bienal de São Paulo, passam a ser suporte e inspiração de trabalhos de duração efêmera, mas de longo alcance.

Narrativas que se calcam na experimentação são dispostas na arquitetura, espalham-se sobre guarda-corpos, ocultam e mimetizam escadas, parecem ser derramadas na verticalidade de colunas, preenchem vigorosamente painéis. Nas palavras do jovem Henrique de França, um dos artistas participantes, comentando a sua obra, surge uma síntese das intervenções: “Linhas horizontais, espaços vazios, figuras inacabadas, traços livres; sinais que, no resultado geral, remetem à fragilidade da própria memória, da própria história. Num percurso de leitura que se pretende uma narrativa, a linha do horizonte é a linha do tempo. E os vazios, as falhas e os rabiscos descontrolados talvez digam mais que os pontos completos e figurativos que os intercalam”.

(...)

Laura Gorski inventa um novo lugar por meio de caneta permanente e de tinta acrílica. As figuras da série Raízes Aéreas se baseiam em imagens fotográficas onde a ausência de matéria é maior. Tais vazios, usualmente captados durante viagens, geram uma nova paisagem, em preto e branco, que tira partido da edificação e confere uma nova poética ao espaço, dialogando com a luz, com o foco do observador, com as referências formais. A estranheza da paisagem deslocada provoca uma sensação parecida ao darmos de cara com um inseto de grandes proporções, feito com vinil adesivo, de Jerôme Florent. Derivado da pesquisa xilográfica do artista, o animal pertencente a um universo fantástico pode despertar um temor algo atávico ou levar quem o vê a um outro lugar, aos cantos da imaginação.

(...)

série raízes aéreas













13 de abril de 2010

represa - COLETIVA ALUGA-SE










Texto de José Bento Ferreira sobre o trabalho Represa

O trabalho sobre paredes retoma o caráter artesanal da atividade artística, mas a escolha do ambiente externo confronta o desenho com o mundo ao redor. Trata-se então de equiparar o desejo de se abrir para o mundo, típico da arte, com a finalidade de passar despercebido, que é o trabalho comum de quem pinta paredes. O ponto de equilíbrio foi encontrado na escolha de cores: enquanto as cores do mundo são diversas e mutáveis, as cores dos desenhos são reduzidas, há fortes contrastes (vermelho, branco, preto), recusa-se a homogeneidade com o “exterior”.